Por vezes sentimo-nos a pessoa mais estúpida de um minuto para o outro. Eu que normalmente adoro sentir-me estúpida, mas não esta estupidez. É estúpido sentirmo-nos bem e perder a conta às vezes que dissemos nas últimas 48 horas que estávamos realmente bem, mesmo com os percalços incontroláveis da vida, e segundos depois apetecer-nos chorar porque alguma coisa fez a diferença. Querer deixar tudo para trás, esquecer tudo e todos e "nascer" de novo, num sitio diferente, num sítio completamente diferente, com uma vida nova. É essa a vontade que me dá quando me dá aquela estupidez, a estupidez número dois, a estupidez que não gosto. Não que esteja tudo mal, não que tenha motivos para não estar bem, mas alguma coisa faz um clic na mente e distorce alguma coisa. Sei que estou menos tolerável às coisas e às pessoas. Há coisas que me ultrapassam. De oito a oitenta, muitas vezes ajo como a Madre Teresa de Calcutá, a boa samaritana ingénua, ou ainda, dou tanto e exijo tão pouco. Era mais fácil conseguir desfazer-me das coisas, desligar, esquecer. Infelizmente sou movida por aquela coisa em forma de triângulo arredondado (engraçado, nunca lhe tinha visto esta forma). Eu nem sou nem gosto de complicar coisas do dia a dia que podem ser tão simples. Já basta ser complexa noutros ramos. Infelizmente podíamos fazer tanto e ficamos à sombra. Infelizmente o dinheiro compra muita coisa e nem tudo o que se podia fazer de diferente acaba por ser feito. Mas há outras tantas coisas e tudo se baseia no impasse, na preguiça, na mordomia. Sabe-me bem ficar no vale dos lençóis, mas ia-me saber melhor ainda desfrutar de uma aventura diferente, de um momento que pode ser único. Fazia um programa diferente para cada dia, mas confesso que sozinha não tem o mesmo sabor. Eu gosto de partilhar a minha alegria com alguém. E chateia-me as pessoas que preferem resmungar com a rotina que é sempre a mesma, mas ali permanecem mal humoradas sem vontade que seja diferente, mas a queixarem-se. Não generalizando, mas há mesmo pessoas que parecem gostar de viver num estado permanente de infelicidade. Por vezes com a balança a pesar para as coisas boas e com tudo para que possam desfrutar e proporcionar bons momentos e alegrias, mas não, ao invés reclamam, ao invés desqualificam tudo. Sufoca-me o negativismo. Já desisti de alguns casos, mas acredito que consigo contribuir para a mudança de outros. Esta sou eu, a acreditar sempre em alguma coisa. E podia continuar a noite toda com estes pensamentos soltos... O que por norma não o faço na primeira pessoa, ou numa linguagem tão pessoal, sem eufemismos. Mas, hoje houve um mas.
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