Sempre gostei de todos os números
terminados em sete. Vinte sete, a idade miticamente assombrada. Estou em crer
que será um bom número, um bom ano com coisas boas, mas ao mesmo tempo um ano
de luta e de muito suor.
O que mais me “assusta” é estar
tão perto do número trinta, talvez pela perceção da responsabilidade acrescida.
Nos meus sonhos de menina imaginava-me com uma casa aos trinta, um trabalho e
uma família… esse tem sido o lado mais
sombrio dos últimos tempos. O tempo passa e tudo o que devia ser ainda não sou.
“Ainda não sou” porque acredito que mesmo que não seja no tempo desejado terei
tudo isso a que tenho direito. É só um sentimento amargo que se vai aprendendo
a gerir, mas ás vezes não é nada fácil. Mesmo nada fácil.
Tento aproveitar todas as datas especiais
para dar um sentido renovado à minha vida, e neste momento, mais do que nunca,
estava a precisar de uma data. Não porque não esteja feliz, mas preciso de
recarregar energias, de renovar a força e a garra que sempre me caracterizou e
andou por aí meio perdida.
Hoje sopro as velas e o meu
desejo é estabilidade acima de tudo, em todos os sentidos, na minha vida.
Três de maio de mil novecentos e
oitenta e oito, pelas dezoito horas e dez minutos.
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