Moléculas frias
pairam no ar. Sopramos e soltamos partículas sob a forma de fumo.
Está frio. Está muito
frio. Este é o tempo triste. Bem vindos.
Não gosto do tempo
triste. Dos dias que evaporam em pequenas frações de tempo.
É tão paradoxo. Não
gosto, e simultaneamente deixo-me envolver na doce melancolia e apaixonante ternura
que todo o ambiente proporciona.
Este é o tempo frio.
Este é o tempo que me faz lembra que mais um verão passou. Que me faz lembrar
que está a chegar o homem das barbas brancas.
Declarado que revejo
nestes dias, nesta época, uma altura de cogitação. Mas há por acaso alguma
altura especifica para reflexões? Realmente sou uma pessoa muito particular,
convencida que para tudo tenho de atribuir significações. E é assim que coabito
os dias dos dias tristes que não carecem
o ser necessariamente na sua verdadeira essência.
Volto a repetir, não
gosto do frio, não gosto deste tempo que nos asila a andar lívidos numa
carapaça de tartaruga. O corpo fica rígido, a alma fica presa, os músculos ficam cansados. Eu gosto de
estimulação e atividade.
O paradoxo? Faz-me
lembrar o romantismo. Faz-me lembrar paz, serenidade, ternura. Faz-me lembrar
collants, mantas, lareiras. Faz-me lembrar a neve, os chalés de madeira na
neve. Acho que é um fetiche de criança, acordar um dia numa dessas minúsculas casas
no meio do nada, e ficar o dia inteiro a olhar para fora, a ver a neve cair.
Ler um livro, beber um café, chocolate quente e comer biscoitos acabados de
fazer. E depois, sair pela porta fora e rebolar pelas montanhas. Sentir o frio
da neve no corpo, e sentir que estou viva.
na minha mente. |
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