O que é uma pessoa normal?
A nossa tendência inata
para catalogar as pessoas conduz-nos muitas vezes a relativizar a palavra
diferente, porque anormal torna-se feio dizer.
Uma utopia onde se
constitui e alveja-se pela sociedade, assim ser normal é referenciar-se pela
sociedade, seguir as normas sócio ideais, pois só isso é que determina o que é
sadio! Portanto como exemplo podemos tomar as faculdades sexuais; a mulher que
tem mais amigos que amigas é uma puta; o individuo que entrou em casa às 7 da
manhã anda na má vida; o que tem tatuagens anda na droga (…) Uma estapafúrdia baseada
em critérios sócio culturais e ideológicos arbitrários, que rotulam de “anormal”
aquele que foge às normas morais e políticas.
Não quero ser tão radicalista,
até porque contra mim própria posso estar a falar, também faço os meus julgamentos, não sou santa! Mas
se há coisa que me irrita é a promiscuidade, a mesquice e pequenez do pequeno cérebro de quem se julga
muito boa gente.
Podemos ainda falar de
normalidade como ausência de doença. Não sei se me faz muito sentido: tenho um
colapso da válvula mitral e uma sincope vasovagal, acontece que de vez em
quando dá-me o fanico, e dada a situação sou completamente anormal, não sou sã!
Gosto do ponto de vista da
normalidade funcional e normalidade como bem-estar. Assim, não importa a forma
como se veste, caminha, como tem o cabelo, como fala… importa sim a postura, a
posição, a atitude! Para mim, eu ana bárbara, a normalidade abona-se do bem
estar físico, mental e social. Este bem estar não é regido por leis, não segue
códigos ou regras, é um auto conceito, é pessoal e intransmissível. Ninguém
sente da mesma maneira. E tudo o que implique sofrimento para o individuo e
para a sociedade traduz-se por algo disfuncional, os tais fenómenos patológicos
(disfuncional e patológico, não anormal!).
Como não gosto da complexidade
e controvérsias que esta tese enuncia e suscita, prefiro desde já considerar-me
uma anormal, e gosto disso! Gosto de quem sou, estou bem comigo mesma, e se
isso foge dos padrões impostos pela minha querida sociedade temos muita pena,
sou DIFERENTE.
h.b. |
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