quarta-feira, 19 de março de 2014

creio que nunca te disse.


Creio que nunca te disse que te amo. Não me lembro de alguma vez te dizer que gosto de ti. Não me recordo da última vez que demos um beijo. Lembro-me de outras tantas coisas que não me lembro com mais ninguém. És misterioso e contas-me tanto sem ser preciso falar. És forte. É assim que te vejo, é assim que gostas que os outros te vejam. Sempre disse que eras o meu herói. Não gostas de demonstrar fragilidades. Acho que aprendi a ser assim contigo, mas a outra metade é toda aquela que nunca vi em ti. Não te consigo julgar por isso, foi assim que sempre vivi, não conheço outra condição. Por já ter vivido alguma coisa atrevo-me a dizer que talvez sejam os melhores sentimentos, esses que não se traduzem numa palavra que se tornou banal. Comecei a dar muito mais valor a um gosto de ti. Tu sabes que sim. Não dás importância nenhuma às datas e não é por ser o dia que é que alguma coisa vai ser feita e soar a falso. Lembrei-me somente de refletir a nossa relação. Não és o melhor pai do mundo, não quero que sejas. Quem é o melhor?! És o meu pai e eu não te trocava por mil pais que bajulassem a filha todos os dias.





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